sexta-feira, 10 de junho de 2011

Águas de Joinville explica o reajuste de 16% para os diretores da empresa



 A assessoria de imprensa da Águas de Joinville explicou o reajuste de 16% destinado aos cinco diretores da empresa. Ao invés de reajuste, o percentual  representa um valor contábil de provisão para todo o ano de 2011, que pode ou não ser aplicado no salário dos diretores.

Tal medida se deve ao fato dos diretores não receberem férias, 13º salário, não ter convênios de saúde ou algo semelhante. O mandato de cada diretor é de dois anos, em que qualquer decisão sobre a área financeira tem que ser aprovada pelo Conselho de Administração, que é composto por cinco pessoas.

No caso dos 16%, a proposta teve que passar pelo aval da assembleia de acionistas e do conselho no mês de abril deste ano. A assessoria revela que cada diretor recebe em média o valor mensal de R$ 10 mil, compatível pela importância dos cargos já que são funcionários pós-graduados. Os cinco diretores são:  Luiz Alberto de Souza (presidente da Águas de Joinville), Luis Norberto Capra (diretor de administração financeira), Alberto Francisco (diretor de expansão), Maristeu Davis (diretor de comércio) e Márcio Ravadeli (diretor operacional)

O conselho da Águas de Joinville é composto pelo vice-prefeito Ingo Butzke, o chefe de gabinete Eduardo Dalbosco, o secretário de Administração Márcio Cysne, o diretor da empresa Tigre, Paulo de Andrade Nascentes da Silva, e ainda, na época da aprovação do reajuste, o então presidente da Conurb, Tuffi Neto. Cada conselheiro recebe R$ 1.245,00 por reunião, que chega a quatro reuniões por ano.

A assessoria ressalta que Águas de Joinville é uma sociedade de economia mista que obedece a leis do setor público e também da iniciativa privada. Os funcionários que trabalham na companhia são regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), por isso a reivindicação de reajuste de 6,5% baseado na reposição da inflação e 5% de reposição de perdas salariais está sendo analisado pela direção da empresa. (ND)

Grevistas aproveitam encontro empresarial para fazer manifestação no 33º dia de greve


Depois de discursar, cantar e questionar a atual administração municipal diante dos empresários que saiam da Expogestão, no Centreventos Cau Hansen, Ulrich chamou a categoria para se concentrar e mobilizar os servidores do prédio da Prefeitura na segunda (13), às 7h30, e participar de um “grande ato” as 9h.


A assembleia do Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville) que ia votar a proposta da Prefeitura para o término da greve não foi realizada na manhã de sexta (10). O presidente Ulrich Beathalter tentou retomar o diálogo com o chefe de gabinete Eduardo Dalbosco antes de realizar a votação da proposta que provavelmente não seria aceita pela categoria. 

Ao subir ao gabinete ouviu da assessoria que Dalbosco tinha agenda externa iniciada às 8 horas na Expogestão. Em seguida, Ulrich voltou para o caminhão e conduziu cerca de quatro mil pessoas até o Centreventos Cau Hansen, local do encontro empresarial.

Servidores, pais e alunos se reuniram e seguiram em caminhada para protestar contra a proposta de aumento de 8% dividida em três parcelas (2% em outubro, 2% em novembro e 4%) – já recusada em assembleia – e a divisão do desconto dos dias parados em cinco vezes.

Ulrich reclamou do fechamento do diálogo na última quarta (8), quando Dalbosco saiu da mesa de negociação afirmando que aquela era a última proposta feita ao sindicato e que a Prefeitura não tinha como conceder reajuste maior ou abonar os dias de paralisação. “A Prefeitura mal abriu o diálogo e já vai para a imprensa dizer que o sindicato não cede? Não entendemos porque a categoria tem que ser penalizada com o desconto e não pode receber seu reajuste na database”, questionou.

Outro ponto que foi enfatizado à exaustão em cima do caminhão de som foi o reajuste de 16% no salário dos diretores da Companhia Águas de Joinville. “O município afirma que não tem condições financeiras, mas recebemos a notícia de que Dalbosco aprovou 16% de aumento para comissionados e conselheiros da companhia”, anunciou Ulrich. (ND)
 

Custo do esgoto assusta moradores de Joinville



Valor para conectar a rede da casa à da rua pode variar de R$ 500 a R$ 15 mil

Moradores que agora têm rede de esgoto em frente da casa começam a se deparar com o que encaram como problema. Eles vão ter que se preocupar não somente com ruas esburacadas e calçadas quebradas por causa das obras, mas também com o custo da ligação do esgoto doméstico à rede da rua. O valor para essa modificação varia entre R$ 500 até R$ 15 mil, o que tem assustado o joinvilense.

A dona de casa Alice Ramos, 59 anos, está na expectativa de saber o valor que terá que pagar. Ela espera o valor do orçamento. Mesmo assim, ela já acumula prejuízo da fossa que comprou recentemente e pagou R$ 1,7 mil, que será inutilizada. Moradora há 36 anos do bairro Saguaçu, soube que deveria pagar a ligação somente por outros moradores. 

Além de desembolsar o valor da mão de obra, também vai ter de custear o material de construção e a reposição de paredes e pedras quebradas. A situação piora se o morador não souber onde está a fossa, ou se ela estiver muito longe da rede. Aí, o gasto será maior.

Mesmo assim, Verônica acha que este serviço deveria ser prestado pela Companhia Águas de Joinville ou pela Prefeitura, pois, segundo ela, há vizinhos que terão que desembolsar cerca de R$ 15 mil pela obra.

Vivendo com o dinheiro da aposentadoria, Rita Ribeiro, 76 anos, teve de pagar R$ 500 para fazer a ligação e agora terá de pagar taxa mensal de tratamento de esgoto.

Audiência debate os valores

A Comissão de Urbanismo da Câmara reuniu moradores do bairro Saguaçu, Companhia Águas de Joinville e Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Água (Amae) na terça-feira, a pedido do vereador Alodir Alves de Cristo, para discutir maneiras de facilitar as ligações de esgoto. 

As reclamações giraram em torno do alto custo da ligação do esgoto à rede da rua, da falta de qualidade nas obras de recapeamento nos pontos onde foi instalada a rede, do prazo de 60 dias para desconto da taxa de coleta e tratamento do esgoto na conta de água e do percentual de 80% que será cobrado em cima do valor da água.

Por meio da assessoria de imprensa, a Companhia Águas de Joinville afirmou que a ligação do esgoto doméstico à rede da rua, assim como a instalação da caixa d’água, por exemplo, é de responsabilidade do cidadão e não cabe ao poder público.

Quanto ao prazo de 60 dias para a cobrança da taxa de coleta, a Companhia entende que é pequeno diante da demanda de moradores que precisam fazer a instalação e afirma que está estudando, juntamente com a Amae, uma maneira de estendê-lo.

Sobre percentual de 80% que será cobrado em cima do valor da água, a assessoria da Águas de Joinville afirma que o preço é o mesmo cobrado em outras regiões que têm a rede, como no Centro. Segundo a assessoria, o valor é pequeno se comparado com cidades onde a taxa chega a 120%.
(AN)

Mecânico aprendeu a manusear colmeia com o pai e mantem ofício como hobby




Uma singularidade se destaca na biografia do mecânico de automóveis Ervino Schumacher: para ele, mexer na caixa de câmbio de um carro ou na caixa de uma colmeia de abelhas africanas, tanto faz. Em ambas, faz o trabalho com habilidade típica de profissionais calejados no ofício. Nascido em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí, Ervino era agricultor na adolescência. Foi nesse tempo que ele aprendeu com o pai, Bertoldo, a lidar e a gostar de abelhas.

Com o sonho de garantir um futuro melhor, em 1973 chegou em Joinville e, com 16 anos de idade, começou a aprender o ofício de mecânico na antiga oficina Bade Merckle. Mais tarde saiu de lá para, até 1993, exercer a profissão em outras oficinas, quando então abriu a sua na rua João Woel, no bairro Vila Nova, onde está estabelecido até hoje.

Ao virar dono do próprio nariz, Ervino sentiu a necessidade de voltar a mexer com abelhas. Desde então, ele é dono de 12 colmeias espalhadas na área rural nos arredores do bairro Vila Nova. “Gostaria de ter mais, mas como conserto vans de transporte de escolares, sou obrigado a ficar de plantão; o serviço não pode parar e por isso só me dedico à apicultura nos fins de semana e à noite”, afirma.

Dono de todos os equipamentos necessários para o manuseio das colmeias, Ervino vez por outra é chamado para recolher enxames alojados em edificações. “Faço esse tipo de serviço à noite, único horário disponível,
e por isso nem sempre posso atender aos pedidos de socorro”, diz, bem-humorado.

Recentemente, ele recolheu um enxame no PA 24 Horas do Itaum. “As abelhas estavam enfiadas em um vão muito estreito que me obrigou a tirá-las de lá sem a vestimenta de proteção, e por isso levei umas 30 ferroadas. Doeu uma barbaridade, mas como não sou alérgico, não fiquei nada inchado nem precisei ser medicado”, conta,  divertindo-se com a situação. Ervino tem um irmão gêmeo, Alvino, que também é apicultor em Ituporanga. Mas a coisa não para por aí. O filho Fernando não seguiu a profissão de mecânico. Preferiu aprender o ofício de  marceneiro. Mas, como filho de peixe é peixinho, Fernando também é apicultor nas horas de folga. “A apicultura está no sangue da família”, diz Ervino.

Casado com dona Adenir, pai de um casal de filhos e um neto a caminho (ainda não sabe se será menino ou menina), Ervino está com 56 anos e vai se aposentar quando completar 60. Ele avisa que já tomou uma decisão. Assim que fechar as portas da oficina, vai aumentar o número de colmeias para se dedicar exclusivamente à apicultura.

Nada agressivas

Ervino garante que as abelhas são dóceis por natureza. “Elas jamais atacam de graça, só fazem isso quando se sentem ameaçadas. O resto é tudo folclore”, resume. O apicultor dá até um exemplo de ataque atribuído à agressividade gratuita das abelhas. “Fincar um palanque perto de uma colmeia é perigoso, pois as pancadas fazem a terra tremer e as abelhas atacam por achar que o intruso está querendo derrubar a caixa. Por isso, digo a todos que não se deve incomodá-las. Deixando-as sossegadas, elas nunca saem por aí distribuindo ferroadas a torto e direito”, destaca o mecânico apaixonado por abelhas. (Rogério Souza Júnior/ND)