sábado, 4 de junho de 2011

Sociedade Dona Francisca realiza a 2ª Festa do Aipim









A 2ª Festa do Aipim será realizada na Sociedade Dona Francisca, em Pirabeiraba, neste fim de semana nos dias 4 e 5 de junho. Paralelamente, também acontece a  7ª edição do Encontro Folclórico de Joinville. Mais de 250 folcloristas estarão presentes divididos em 12 grupos folclóricos de Joinville, Rio do Sul, São Bento do Sul, Jaraguá do Sul, Curitiba e Blumenau.

A animação começa neste sábado, às 19h, com a eleição da rainha dos folcloristas. A presença das majestades da 72ª Festa das Flores de Joinville. O jantar dançante terá início às 22h30min. com a banda Som Legal. A entrada para o baile será de R$ 15,00, se for incluído o jantar (com churrasco, bisteca de porco, língua, frango caipira e acompanhamentos), o valor passa a ser de R$ 30,00 por pessoa.

No domingo, o desafio começa às 9h, com as Olimpíadas Folclóricas. Entre as modalidades que serão disputadas se destacam: a corrida do tamanco, a prova do estilingue, a prova do serrador de lenha e a corrida do saco. Além das modalidades olímpicas, acontecerá às 10 horas o concurso dos descascadores de aipim.

Às 11h, será servido o almoço colonial, com apresentações dos bandoneonistas de Joinville. O cardápio (lasanha de aipim, purê de aipim, bolinho de aipim, aipim frito com bacon, vaca atolada, galinha caipira, marreco, churrasco entre outros), ao preço de R$16,00. Durante a tarde dançante, animada pela Banda Som Legal, será servida cuca e bolo de aipim. Às 16h, acontece a prova do Tomadores de Chope em Dúzia. Os eventos encerram-se às 18 horas.

Família Neitzel aposta na diversificação agrícola



Dono de uma área agrícola de 192 mil m2 caracterizada por boa produtividade, Levino Neitzel é um dos mais conhecidos agricultores do Quiriri, próspera comunidade do distrito de Pirabeiraba situada na região dos contrafortes da serra Dona Francisca. Esbanjando saúde aos 65 anos, Levino e a mulher Iris continuam trabalhando na lavoura de onde sempre tiraram o sustento para criar a família.

Bem-humorado, o agricultor se diz um homem feliz por ter ao lado três jovens na hora de dividir as tarefas de cultivo de hortaliças, tubérculos e flores. Os parceiros são os próprios filhos do casal, Jonas, Geovani e Jean Carlos, respectivamente com 40, 34 e 30 anos.

“Ao contrário de muitos colegas que mesmo quebrados pelo peso da idade são obrigados a trabalhar sozinhos, porque os filhos se foram para a cidade, nós não estamos nesta situação. Os filhos estão todos conosco e a cambada nem pensa em largar as atividades agrícolas”, assinala o espirituoso agricultor.

Os filhos, dois com ensino médio completo e um com curso superior, confirmam as palavras do pai. Jonas, o mais velho, resume o motivo de manterem-se no segmento: “Nossa propriedade sempre se destacou por uma boa diversidade de culturas, garantindo boa agregação de renda. Os ganhos ficaram ainda melhores quando há dez anos incluímos na cadeia produtiva flores de vaso, plantas ornamentais e flores de época. Desde então, nossos ganhos aumentaram cerca de 50%. Por isso, estamos satisfeitos na agricultura”.

Jean Carlos, o mais novo dos irmãos, acrescenta que embora tenha curso superior em tecnologia e gestão da produção industrial, se sente realizado como agricultor. “Formamos aqui uma pequena cooperativa familiar que nos garante boa renda, afastando das nossas mentes a tentação de buscar emprego fora da propriedade onde nos criamos e crescemos trabalhando ao lado dos pais”. 

A satisfação dos três filhos com o trabalho e a renda é motivo de orgulho para Levino e Iris. “Com uma produção diversificada, que incluía aipim, cará, taiá japão, batata doce, beterraba, batatinha, nabo, tomate, repolho e couve flor, os três perceberam, ainda adolescentes, que bem conduzida a propriedade garantia bom rendimento. Por isso, optaram em ficar trabalhando na terra”, assinala o pai.

Com a introdução de flores e plantas ornamentais, as coisas estão ainda melhores para os Neitzel. A produção de hortaliças e tubérculos segue praticamente inalterada. “Depois que entramos no ramo da floricultura, só deixamos de produzir batatinha, que desapareceu de todas as propriedades de Joinville devido uma praga de difícil cura na lavoura. Em compensação, acrescentamos brócolis, alface, sálvia, orégano e manjericão”, destaca Iris.

Jonas conta que o ingresso no ramo da floricultura deu-se após ele e os irmãos terem participado de diversos cursos técnicos promovidos pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). “Vislumbramos nesses cursos a possibilidade de agregar mais valores à propriedade se incluíssemos flores e plantas ornamentais. Foi desse jeito que botamos a cara no negócio e acertamos na mosca, pois nossos ganhos dobraram após a consolidação desse projeto inovador”, salienta.

A produção da floricultura dos Neitzel é comercializada diretamente nas casas especializadas de flores e plantas ornamentais de Joinville, Blumenau e outras cidades da região. Alguma coisa, caso da arundina, ou orquídea da terra, como essa flor é conhecida popularmente, abastece o mercado paulista.
Os Neitzel também compraram um caminhão com o qual escapam dos atravessadores fazendo a entrega de flores e comercializando as hortaliças e tubérculos na Ceasa (Central de Abastecimento de Joinville) e em quitandas espalhadas pela cidade. 

Comparativos de valores

Para ilustrar as vantagens obtidas com a introdução da floricultura, Jonas mostra alguns comparativos. Em um ano, em 100 m2 a renda bruta com aipim é de R$ 150. Se o mesmo espaço é usado para a produção de  arundina o valor sobe para R$ 450. Outro bom comparativo: em 100 m2, em 75 dias a renda com o cultivo de alface fica em R$ 270. Já com vasos de gerânios o valor pula para R$ 2.960.

“Claro que o custeio de hortaliças e tubérculos é bem menor que aquele de plantas ornamentais e flores.  Mas como a margem de lucro é melhor, em média em nossa propriedade a floricultura garante o dobro de lucro em relação à horticultura”, salienta.

Motivos do êxodo rural

Sempre preocupado em se reciclar com os irmãos para a família não ficar desatualizada, Jonas comenta que em Joinville o acentuado êxodo rural é resultado de um conjunto de fatores. “Parte dos jovens sai do campo quando são impedidos pelos pais a introduzir inovações. Outros se vão por comodismo, por achar que a agricultura familiar é coisa do passado, que não renda nada. Tem também aqueles que simplesmente não gostam da atividade. Existem aqueles que por falta de capital de giro, ou por restrições ao uso do solo imposto pela legislação ficam sem alternativas e perspectivas. Somando-se a tudo isso a proximidade do parque industrial é fácil de entender o esvaziamento do meio rural joinvilense”, enfatiza Jonas.

De bem com a vida e os negócios da família, Jonas lamenta a drástica corrida de jovens camponeses rumo à cidade.  “Muitos deles que estão na cidade com um emprego abaixo do razoável se tivessem apostado em novas alternativas como fizemos aqui em nossa  propriedade poderiam estar desfrutando de uma situação muito mais confortável. Trabalhar na terra com o olho atento no mercado e suas tendências faz da atividade um bom negócio. Isso eu, meus pais e meus irmãos podemos afirmar com toda a segurança”, completa Jonas Neitzel. (Herculano Vicenzi – ND)