quarta-feira, 11 de maio de 2011

Estrada do Pico: diversificação nas lavouras



Com 12 quilômetros de extensão, a Estrada do Pico tem dois acessos: um pela ponte coberta ao lado do Recanto Davet e outro pela Estrada João Fleith. Em contrapartida, não tem saída no lado oposto. Ela acaba perto do Quiriri, num morro coberto por um bananal.

Banana é, por sinal, uma das principais atividades do lugar. Juntamente com a cana-de-açúcar, garante o sustento de muitas famílias ali estabelecidas. Outras culturas de destaque na região são as de aipim e taiá. É com esses dois tipos de lavouras que Egon João Fleith continua, aos 71 anos, tirando seu sustento da terra. Viúvo e pai de dois filhos que já não moram mais com ele, Egon vive sozinho. Espirituoso, ele provavelmente é o homem mais popular daquela comunidade do distrito de Pirabeiraba.

Sempre de bem com a vida, o agricultor é encontrado diariamente ao meio-dia e no fim da tarde na beira da estrada, sentado num banco protegido por um telhado, onde gosta de bater papo com os amigos e contar histórias do lugar ocorridas nos tempos antigos.



Batizado por ele e os amigos, quando acabaram de construí-lo, de "A Praça da Alegria", que Egon contou à reportagem que um dos desbravadores do Pico foi seu avô João Jacó.

Ao analisar a realidade da agricultura local, Egon considera que por enquanto as coisas vão bem e a produtividade ainda  é muito boa. "É verdade que algumas propriedades foram transformadas em chácaras improdutivas, mas no geral a produção é ainda boa. Aqui, além de banana, cana-de-açúcar, aipim e taiá, temos pesque-pagues e até um velho alambique de cachaça, este pertencente a uma das famílias Fleith".

Na vida tranquila que leva, a maior preocupação de Egon é a mesma dos mais antigos moradores da área rural de Joinville: o futuro da agricultura local vai ficar nas mãos de quem? Segundo ele, é cada vez mais acentuada a evasão de jovens, que deixam as lavouras para trabalhar na cidade.

"A juventude está interessada em arrumar emprego com carteira profissional assinada. Eu entendo, pois agindo assim, além de ganhar muito melhor que puxando o cabo da enxada, terão ainda a vantagem que no futuro se aposentem com ganhos maiores do que um colono, que recebe no máximo, um salário mínimo do INSS. Diante desta realidade, é dar uma olhada por aí e verificar que as lavouras estão sendo cultivadas por pessoas já avançadas na idade, como é o meu caso", salienta.

O envelhecimento da mão-de-obra, na opinião do agricultor, aponta um caminho nada promissor. "Lamentavelmente, em um futuro não muito distante, vão sobrar poucas propriedades produtivas. Esta é uma tendência geral no interior de Joinville e de muitos municípios brasileiros. Mas fazer o quê? Nada posso fazer para evitar esta situação." (ND)

Câmara de Joinville aprova vale-alimentação



Com a pressão de mais de 700 grevistas, a Câmara de Vereadores de Joinville aprovou nesta terça-feira à noite, em duas discussões (ordinária e extraordinária), o projeto do vale-alimentação no lugar da cesta básica para o servidor municipal no valor de R$ 150, com a correção anual baseada no INPC (Instituto Nacional de Preços ao Consumidor) para quem ganha até R$ 1,5 mil. 

A proposta anterior da Prefeitura não oferecia a correção anual, o que revoltou o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos), que mobilizou o movimento grevista. O projeto segue agora para assinatura do prefeito Carlito Merss, mas o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, já adiantou que a emenda aprovada pela Câmara é inconstitucional

Prefeitura diz que emenda é inconstitucional

O chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, disse que a emenda apresentada e aprovada nesta terça pela Câmara de Vereadores é inconstitucional. Dalbosco lembra que não é permitido por lei que seja aplicada qualquer tipo de correção anual, como a  baseada no INPC (Instituto Nacional de Preços ao Consumidor). “Não existe como ser aplicada, pois é inconstitucional. Isto fere qualquer planejamento orçamentário de um município, além do que, o Legislativo não pode interferir nas finanças da administração municipal”, frisou. (ND)

Vereadores prometem derrubar veto

O presidente da Comissão de Finanças, Jucélio Girardi (PMDB), prometeu ao Sinsej e aos manifestantes que se o prefeito Carlito Merss vetar o projeto haverá mobilização da maioria dos vereadores para derrubar o veto. “Derrubaremos qualquer veto que seja contra a decisão do Legislativo. Houve consenso das comissões e do sindicato, logo, não há como a Prefeitura discordar”, afirmou. (ND)