quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Conheça a arte de tecer




Os trabalhos artesanais dos teares formam um novo cenário em meio à história da colonização da Estrada Dona Francisca. A comunidade pode conhecer a arte de tecer e, também, participar visitando o Centro de Referência em Tecelagem Artesanal na Casa Krüger. O centro pretende promover um programa comunitário articulando o conhecimento técnico para a produção artesanal, por meio de oficinas e pesquisa artística nas linguagens da tapeçaria e da tecelagem.

Os participantes do centro vão passar por programas de formação, pesquisa, produção e comercialização das peças produzidas. O objetivo do programa é o desenvolvimento da economia solidária e criativa, tornando-se um campo alternativo para atuação de adultos de ambos os sexos, mas principalmente para as mulheres trabalhadoras.

O projeto do Centro de Referência em Tecelagem Artesanal foi criado a partir de uma parceria entre a Fundação Cultural de Joinville, por meio da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior e da Escola de Artes Fritz Alt, a Secretaria de Assistência Social e a Fundação Turística de Joinville.

Além dessa parceria, o projeto teve a concessão de uso do conjunto de teares da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, adquiridos para o Projeto de Organização e Gestão Comunitária - Desenvolvimento de Postos de Ocupação Produtiva (2007) com recursos do Ministério do Trabalho e Emprego e do Comitê Fome Zero Joinville.

Opinião do Procurador da República Davy Lincoln Rocha


30 de agosto de 2011. | N° 1235AlertaVoltar para a edição de hoje

OPINIÃO

Buracoville, por Davy Lincoln Rocha*

Imaginem uma cidade do interior, em SC, com meio milhão de habitantes! Uma pólis onde o IPTU é tão caro quanto o do RJ ou SP, mas os serviços públicos sejam do sertão do Nordeste. Uma cidade cortada ao meio por um imenso e fétido esgoto a céu aberto, que insistem em chamar de rio.

Uma cidade onde o presídio vê mais preso fugindo que condenado entrando. Onde o único espaço público de lazer é o asfalto de ruas do Centro, fechadas nos domingos ao trânsito de veículos, motivo de orgulho para o poder público. Onde haja avenidas largas, mas engarrafamentos de fazer inveja a São Paulo. Onde, ao pôr do sol, as ruas do Centro sejam tomadas pela prostituição seminua que assalta e trafica drogas, sempre sob o olhar complacente da polícia, sem falar do jogo do bicho, livre, leve e e solto. Onde os prostíbulos proliferam, com anúncios em outdoors e, até mesmo, com festas oficiais, onde nem oficial de justiça com ordem judicial pode entrar.

Onde os dois hospitais públicos sintam inveja dos hospitais de campanha da África, e escolas públicas sejam interditadas pela Vigilância Sanitária, enquanto sobram milhões para comprar (sem licitação) um brejo para ser doado ao bilionário governo federal. Onde o transporte público é monopólio de empresas privadas (sem licitação pública) e os cidadãos se espremam em ônibus abarrotados.

Onde falte dinheiro para remédios, mas sobre grana pública para fazer e refazer uma simples calçada. Onde os jovens riquinhos se embriaguem nas portas de boates, para, ao fim da balada, saírem disputando rachas, sob o cândido olhar das autoridades. Onde o poder público altere o zoneamento de toda a cidade, para permitir a construção de um certo posto de gasolina (se bem que a Justiça proibiu). Onde os pobres precisem implorar à Justiça para conseguir um remédio e onde o poder público privatize o estacionamento em plena rua, pagando fortunas ao novo “dono” da rua. Pois bem, essa cidade existe e tem nome. Porém, pela leniência de seus habitantes, diante de tamanhas barbáries, merecia, por certo, ter outro nome. Fica a sugestão.

*PROCURADOR DA REPÚBLICA EM JOINVILLE