quarta-feira, 27 de abril de 2011

Destaque no serrote e no bolão em Pirabeiraba


Gerhard Wegener foi sócio da Madeireira Álvaro Piske e também desportista premiado


Instalada em Rio Bonito, Pirabeiraba, a Madeireira Álvaro Piske foi a maior geradora de empregos e de impostos naquela região de Joinville nas décadas de 1970 e 1980.  Por conta disso, e por desfrutar de boa saúde financeira, sua desativação anunciada em 1989 pelos cinco sócios do empreendimento, causou surpresa geral. Gerhard Wegener, um dos sócios, conta que a desativação foi motivada pela vontade da maioria dos cotistas de seguir adiante por conta própria. “Não houve desentendimento, nem problemas financeiros, somente um acordo para cada um seguir seu rumo.”

Na época já aposentado, Gerhard optou por encerrar suas atividades empresariais.  “Do espólio me coube uma serraria que vendi logo em seguida, e um galpão, que mantenho alugado até hoje”.  O ex-sócio da madeireira que marcou época em Rio Bonito é dono de uma saúde de ferro e uma memória privilegiada. Seus passatempos preferidos são bem simples: fazer pequenas plantações para abastecer a própria despensa e participar do grupo de idosos Unidos do Rio Bonito, do qual ele é um dos coordenadores juntamente com sua mulher, Maria Aparecida.

Além de empresário bem sucedido, Gerhard foi desportista da modalidade de bolão e membro fundador do Sindicato Rural (classe patronal). Como jogador de bolão, ele se orgulha de ter conquistado o troféu ‘O Jornaleiro’, a distinção esportiva antiga e cobiçada em Santa Catarina.

De bem com a vida, Gerhard, que de 1958 a 1989 foi o administrador-geral da madeireira, gosta de contar aos amigos detalhes sobre a origem e a ascensão do empreendimento. Em 1948, com 15 anos de idade ele virou o primeiro empregado de Álvaro Piske, vizinho que tinha acabado de abrir uma marcenaria de móveis e esquadrias. Depois de nove anos de trabalho, em 1957 teve de deixar o ofício de marceneiro para servir o Exército.

Ao dar baixa no batalhão e retornar ao seu posto de trabalho, Gerhard ficou sabendo que Álvaro Piske estava querendo a transformar a marcenaria em uma sociedade composta por cinco cotistas. ”A proposta acabou virando realidade e eu fui escolhido para ser o administrador geral do empreendimento, que, com o tempo, além móveis e esquadrias, passou a serrar madeira e fabricar carrocerias para caminhões”.

O ex-madeireiro lembra que no começo todos os sócios trabalhavam na linha de produção e de quebra saiam de bicicleta em busca de novos fregueses. “Eu cansei de pedalar até a região central de Joinville para tirar pedidos e fazer cobranças e na volta ainda tinha ânimo para trabalhar dentro da fábrica.”
Dois anos depois de constituída a empresa, as bicicletas deram lugar a vespas (pequenas motocicletas), garantindo maior rapidez na mobilidade da equipe da madeireira, então composta pelos cinco sócios e apenas um empregado contratado.

Com a instalação de uma serraria moderna (mais tarde foram instaladas outras duas) e a compra de um caminhão novo, a evolução da madeireira ficou mais acelerada a partir de 1962, atingindo seu apogeu na metade da década de 1970, quando a empresa tinha mais de 100 empregados, quadro que se manteve inalterado até 1989, quando foi escrito o epílogo da história de uma simples marcenaria que com a criatividade de cinco homens foi transformada na maior indústria madeireira da história da vila de Rio Bonito. (Rogério Souza Jr./ND)

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